Os esclarecimentos surgiram em
reunião extraordinária pedida pela bancada social-democrata. Depois da polémica
instalada em torno do cenário de construção de quebra-mares destacados desde Buarcos até ao Cabo
Mondego, o PSD quis um
ponto de situação sobre a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar
/ Marinha Grande (POOCOMG).
Recorde-se que o tema dominou a opinião pública e deu origem a inúmeras
movimentações de cidadania, uma delas liderada pelo viajante e escritor Gonçalo
Cadilhe. Em foco os quebra-mar de 4 metros de altura, que, segundo a análise do
movimento, “estariam claramente colocados (em montagem sobre fotografia aérea)
em cima das rochas de Buarcos”.
Sérgio Barroso, coordenador executivo da Equipa Técnica CEDRU/Universidade
de Aveiro, a quem o INAG adjudicou a revisão do POOC Ovar / Marinha Grande, foi
quem trouxe a elucidação sobre as várias formas de atuação projetadas para os
graves problemas de erosão que afetam este território.
Quanto à equacionada possibilidade de instalar quebra-mares destacados, o coordenador
atestou que tal cenário foi equacionado como ação piloto mas entretanto
abandonado pelos elevados custos. “Mesmo que tivesse sido considerado, teria de
ser. mesmo assim, sujeito a avaliações específicas posteriores de carácter
ambiental, económica, etc.”, afirmou Sérgio Barroso.
Mas foi na sequência das questões do vereador eleito pelo PSD, João
Armando, que o técnico afirmou perentoriamente que “este projeto piloto não é
exequível”.
Claro ficou também o desagrado deste coordenador técnico face ao défice de
informação verificado na opinião pública. Sérgio Barroso esclareceu que foram
promovidas reuniões técnicas junto de vários representantes autárquicos ao
longo destes 140 quilómetros de costa, e onde tudo teria ficado claro, mas que
depois os participantes teriam transmitido informações diferentes, responsabilizando-os
por isso pelo seu incorreto funcionamento enquanto elo de comunicação com a
cidadania/opinião pública.
O vereador Miguel Almeida congratulou-se publicamente
com a realização deste fórum de discussão do POOC, realizado a pedido da
bancada do PSD, e visto como muito produtivo. “Em boa hora se concretizou esta
reunião porque o défice de informação que tínhamos era muito grande”,
salientou. “Se os assuntos não são bem comunicados é natural que o cenário de construção de quebra-mares destacados também
parecesse uma carta ao pai-natal”, ironizou.
Intervenções
preconizadas para a Figueira da Foz
Preocupado com as intervenções concretas previstas para
a figueira da foz, o vereador eleito pelo PSD, João Armando, solicitou à equipa
técnica que objetivasse as medidas equacionadas.
Sérgio Barroso explicou que para “uma das zonas
costeiras mais ameaçadas a nível nacional”, a equipa técnica defende um
“cenário de recarga artificial de praias com papel de defesa costeira e obras a
sul do concelho com esporões que retenham sedimentos”.
No total estão previstas para o concelho 24
intervenções de defesa costeira, 3 de alimentação de praia (Buarcos, Lavos e
Marinha Grande) e ainda o reforço do cordão dunar entre a Cova e a Praia da
Leirosa, além dos esporões.
Ausências
notadas durante reunião extraordinária
Muitas dúvidas e críticas foram levantadas pelo PSD
durante a reunião de câmara extraordinária sobre o POOC. Entre elas, as
ausências muito notadas do arquiteto Miguel Figueira, cujo projeto de Bypass
foi distinguido com uma menção honrosa no concurso de ideias da autarquia, e
ainda a ausência do Professor José Rochete, responsável pela elaboração da
Agenda XXI Local e do Plano Estratégico. O vereador João Armando chegou mesmo a
revelar “estranheza pela ausência sobretudo de José Rochete, elemento que está
a tratar de documentos tão estratégicos e tão importantes para a cidade”.
Mas entre as várias reflexões que o debate suscitou,
João Armando não quis deixar de destacar “a continuidade de uma falta de
comando” sobre a posição da câmara e deste executivo relativamente às soluções
concretas para as praias da Figueira.
“Os senhores não se podem desresponsabilizar das
soluções que venham a encontrar-se para o areal da praia da Figueira e das
outras a sul. Afinal qual a abordagem da câmara?”, interpelou o vereador.
Sustentando que o executivo necessita ter ideias
próprias e saber claramente quais as suas opções, o vereador João Armando
recorreu a uma figura desportiva para exemplificar o resultado que a linha
política do executivo poderá ter: “perda por falta de comparência”.
Ainda da bancada social-democrata, pela voz do
vereador Miguel Almeida, ficou também claro o contrassenso do executivo ao não
convocar o arquiteto Miguel Figueira. O PSD
entende ser a altura ideal para a autarquia “ouvir, de viva voz, a reflexão de
um grupo de cidadãos figueirenses”, cujo porta-voz é o arquiteto Miguel
Figueira.
Miguel Almeida
defendeu fazer sentido um contraponto entre a proposta do Bypass e a equipa do
POOC, não entendo por isso a ausência do promotor daquele projeto. Tanto mais
que a equipa técnica do POOC considera que “o Bypass não é de todo
incompatível” com as suas opções, segundo ressalvou o coordenador técnico Sérgio
Barroso.
Para o PSD fica a ideia da compatibilidade entre o que a equipa técnica propôs e o projeto Bypass “que está a ser discutido por todos na figueira, menos por esta câmara”, destacou Miguel Almeida.
Para o PSD fica a ideia da compatibilidade entre o que a equipa técnica propôs e o projeto Bypass “que está a ser discutido por todos na figueira, menos por esta câmara”, destacou Miguel Almeida.
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