A população da Moinhos da Gândara apelou em reunião de câmara à não alienação da escola primária de Ribas. Recorde-se que o executivo socialista pretende vender a antiga escola primária para realizar receita, existindo já uma proposta directa de compra.
Ao lado da população, o PSD opôs-se mais uma vez à opção de venda do imóvel. A razão prende-se, desde o início, com o que o equipamento representa enquanto património de várias gerações e por esta bancada considerar que a população tem uma solução culturalmente válida e sustentável para o espaço. Em cima da mesa está agora a proposta da associação Mó Gândara para a criação de um museu rural.
Nessa circunstância, a bancada social-democrata defende que o edifício deve continuar ao serviço da comunidade, “por fazer parte de um património cultural que transmite valores do passado”, salientou o vereador da bancada, Miguel Almeida.
Também Teresa Machado, em representação do PSD, sublinha a importância do esboço apresentado pela associação Mó Gândara para a criação deste núcleo museológico etnográfico. “Os técnicos do Museu Municipal já visualizaram a proposta e gostaram do que viram”, ressalvou Teresa Machado que assim apelou ao travar do processo de venda e a nova análise desta alternativa para o equipamento. “A câmara deve ser sensível a estes projectos; não é só uma questão financeira, mas também de defesa do património”, argumentou.
Evocando as palavras de João Ataíde que na inauguração da escola na Quinta dos Vigários afirmou que “se houvesse um projecto de interesse para a freguesia estaria disponível para o analisar”, o PSD sublinha que o executivo não pode agora esconder-se atrás do argumento de interesse financeiro. Mesmo assim, o presidente João Ataíde acabou por assumir que a câmara “precisa de maximização de receitas”.
Para a vereadora Teresa Machado o objectivo de dotar as freguesias de equipamentos públicos de interesse deve ser uma prioridade e será conseguido através da proposta para a concretização de um museu etnográfico neste espaço. “Este museu será um pólo de atracção como o Museu do Sal tem sido um sucesso”, salientou.
Recorde-se que o PSD votou sempre contra esta opção de alienação, alertando já na altura da sua discussão para questões morais como o facto de se tratar de uma escola construída num terreno doado por um cidadão local e edificada com o esforço e material da população.
“O PSD mantém-se coerente ao seu voto anterior. Votamos contra porque entendemos que a câmara deve estar disponível para um projecto sustentável e que pode ser rentabilizado social e culturalmente”, afirmou Miguel Almeida.
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