“O executivo socialista mentiu deliberadamente aos figueirenses e portugueses em geral sobre o programa carnavalesco”, criticou na última reunião de câmara o vereador do PSD, Miguel Almeida, realçando que “ ao contrário do que foi dito na conferência de imprensa de apresentação deste programa, o Rei Paulo Futre não vai desfilar durante a Terça-Feira Gorda”.
O vereador acusa assim o executivo de João Ataíde de construir deliberadamente um discurso enganador. Quando apresentaram o Carnaval “já sabiam que Paulo Futre não vinha, mas nunca disseram nada”, salientou Miguel Almeida, acrescentando que a autarquia “enganou todos ao colocar anúncios na rua a dizer que este vinha domingo e terça-feira”.
Argumentos acentuados também pelo vereador do PSD, Tiago Cadima, que reforçou a ideia de premeditação afirmando que “João Ataíde deu tolerância de ponto ao rei mesmo antes do anúncio do governo”, servindo-se desta medida governamental para camuflar a verdade.
A questão da ausência de Paulo Futre motivou uma acesa discussão na reunião, com o presidente socialista a justificar, de forma alterada, a sucessão de acontecimentos com o seu desconhecimento total dos factos. Palavras que o vereador Miguel Almeida classificou de deselegantes. “É no mínimo indelicado passar a sua responsabilidade para outros… Cada vez que levantamos um assunto complicado, o senhor diz que não sabe, que não tratou…”.
Tratou-se desde o início de um programa enganador e que se comprova agora com a confirmação da vereadora socialista Isabel Cardoso, que perante a insistência no esclarecimento e após “ter pedido que fossem visionadas as imagens da conferência de imprensa de apresentação dos reis do Carnaval”, acabou por assumir que “não ficou explicita” a ausência de Paulo Futre, pedindo “desculpas” pelo sucedido.
O PSD opôs-se ainda de forma muito crítica à forma como os responsáveis da empresa municipal Figueira Grande Turismo, promotora do Carnaval de Buarcos, geriu também o anúncio do governo sobre a não tolerância de ponto. “A Figueira foi o único município do país que veio precipitadamente anunciar não fazer Carnaval na terça-feira. Naturalmente as pessoas desmobilizaram, mas depois os senhores, pressionados, foram a correr reunir com as pessoas e afinal já há desfile”, argumentou Miguel Almeida. “Arranjaram uma trapalhada desnecessária. A Figueira foi, mais uma vez pelas piores razões, notícia no país todo”, frisou o vereador que com estas palavras quis ainda destacar a ”dificuldade de tomar decisões” que João Ataíde possui.
Como forma de resolver esta sucessão de confusões, o anúncio público de que não havia corso na terça-feira e agora se ter decidido o contrário, acrescentando a não participação de Paulo Futre no desfile de dia 21, o PSD defendeu “novos moldes” para o segundo corso do Carnaval, nomeadamente um desfile gratuito na terça-feira. “Parece-me que o mínimo que se pode fazer para minimizar os “estragos” e não defraudar mais as pessoas é não cobrar as entradas neste dia, sustentou Miguel Almeida.
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