terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Câmara não garante investimentos privados e estatais para Zona de Actividades Logísticas

O tema da criação da Zona de Actividades Logísticas (ZAL) da Figueira da Foz foi suscitado em reunião da autarquia pelo vereador do PSD, Miguel Almeida.

Na sua intervenção sobre o ponto de situação deste processo, o Sr. Presidente João Ataíde admitiu que o financiamento do projecto logístico figueirense não está garantido.

O projecto anunciado em 2008 poderá agora custar três vezes mais. De acordo com o presidente da Câmara, João Ataíde, os anunciados 12,4 milhões de euros para implementação da ZAL serão, afinal, 36 milhões.

João Ataíde assume também que “não pode envolver os privados num investimento” desta natureza”. Ou seja, assume que sem apoios privados ou do estado, o projecto não avança.

Contudo, o Presidente adiantou a hipótese de uma localização alternativa, na margem sul do Mondego, em vez da instalação em Vale de Murta, a leste da cidade. Assim, tudo se conjuga para que a futura plataforma logística da Figueira da Foz, integrada no projecto CentroLogis, “possa vir a localizar-se a sul da actual zona industrial, entre esta e a papeleira Soporcel, em terrenos do Estado e com ligação ferroviária a um novo terminal portuário cuja construção defende na margem esquerda do Mondego”. João Ataíde não escondeu ser defensor desta alternativa.

Para o vereador Miguel Almeida as explicações de João Ataíde anunciam a “morte” da plataforma logística no Vale de Murta.

Recorde-se que o projectado inicialmente pressupunha uma ZAL para a Figueira da Foz a fazer o pleno no que às acessibilidades diz respeito, aludindo à ligação ao porto comercial, auto-estradas A14 Figueira - Coimbra e A17 Aveiro – Leiria e às linhas ferroviárias da Beira Alta (com ligação à Linha do Norte) e do Oeste.

O Executivo assumiu, também, durante o debate que os estudos elaborados para execução e definição do conceito da ZAL da Figueira da Foz importaram em “500 a 600 mil euros” mas que agora “acabam por não satisfazer os objectivos do projecto desenhado por este Executivo, confessou João Ataíde.

Na intervenção que proferiu e onde declarou que “Há centenas de milhares de euros gastos para coisa nenhuma”, Miguel Almeida exigiu o apuramento de responsabilidades. Recordando que a futura plataforma logística da Figueira da Foz, integrada no projecto CentroLogis, congrega dez municípios da região centro, o vereador sugeriu uma tomada de posição no sentido da obtenção da verdade e apuramento de responsabilidades, sob pena de todos estes parceiros “serem vistos pela opinião pública como uns irresponsáveis”. Miguel Almeida fez notar que “se os estudos não servem para nada, a câmara deveria providenciar processos disciplinares aos responsáveis pelos supostos erros”. No entanto, ressalvou estranhar tamanho grau de irresponsabilidade, transversal às mais variadas entidades envolvidas no processo, desde técnicos da câmara, a técnicos do Porto, passando pelos responsáveis dos vários concelhos parceiros.

O vereador recordou que “já passaram dois anos e que está tudo na mesma”. Em resposta, o Presidente João Ataíde deu conta da intenção da REFER em transferir, a breve tempo, materiais para a reconstrução do referido ramal ferroviário da Pampilhosa. “A manutenção e reabilitação da linha é absolutamente estruturante para toda a região centro”.

O vereador da oposição Miguel Almeida criticou ainda a falta de resposta do ministro das Obras Públicas, durante a inauguração das obras de prolongamento do molhe norte, ao “desafio lançado pelo Presidente da Câmara para a construção deste terminal a sul.”

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