Vereadores do PSD defendem reabilitação da Lagoa da Vela
Autarcas apresentam hoje na reunião de câmara sugestões para que as entidades que tutelam a zona se entendam e recuperem um recurso como há poucos no país
Bela Coutinho
Os vereadores da câmara do PSD, acompanhados pelo presidente da junta do Bom Sucesso e pelo deputado municipal David Azenha, deslocaram-se ontem à Lagoa da Vela para manifestarem a sua preocupação quanto ao estado em que se encontra.
«É a maior lagoa do Centro Litoral, 67 hectares de área alagada, classificada em Rede Natura 2000, mas a classificação não pode prejudicar o desenvolvimento e acaba por ser inimiga dela própria», salientou Miguel Almeida, que considera que se a situação se mantiver «vai acontecer como aconteceu à Lagoa das Braças que já chegou a secar (apesar de agora ter alguma água)».
O vereador garante que «desde 2000 nada foi feito, na altura (com Santana Lopes) houve uma intervenção – que englobou a criação de dois restaurantes, parque infantil, circuito de manutenção, parque de lazer e a dragagem do lodo, que infelizmente foi parada pela Entidade Florestal», sublinhou, recordando que Duarte Silva «ainda tentou intervir mas esbarrou com as várias entidades que têm que se entender com a junta e câmara», referindo-se aos organismos que tutelam a zona (INAG, ICNB, CCDR, Entidade Florestal) e encontrar um projecto para requalificação da lagoa».
Miguel Almeida lamenta que não se saiba aproveitar «recursos que poucos municípios possuem», e por isso, vai propor hoje na reunião de câmara que se «coordene um projecto, até porque a CCDRC conhece a zona e até já tem o levantamento efectuado».
Esse projecto, adiantou, deve «defender a reabilitação dos ecossistemas degradados, conservar os valores naturais, prever o uso sustentável, educação, sensibilização ambiental e participação da população», e candidatá-lo a verbas do QREN, como se efectuou com «a Lagoa da Pateira de Fermentelos».
«É uma questão de vontade política, enquanto deputado fiz demandas no Ministério do Ambiente que responderam sempre que o que faz sentido é intervir, que o espólio deve ser valorizado, mas com uma candidatura ao QREN». Ou seja, conclui o vereador, «materializar a própria sugestão do Ministério do Ambiente».
O presidente da junta por seu lado, que nasceu naquela zona e a sente profundamente, defende que a Lagoa «nunca será preservado pelas populações se não tiverem contrapartidas», sugerindo a reabilitação do espaço por forma a que seja possível «nadar, pescar, colocar gaivotas a pedal» e mesmo, como se fazia antigamente, colocar «barcos a retirar o “manjericão” que dava trabalho e tinha compradores (como fertilizante).
Dário Acúrcio faz ainda alusão à construção de uma vala (paredão) em redor da lagoa, para recepção das águas da agricultura «que poderiam até ser encaminhadas para a Etar».
Notícia publicada no Diário de Coimbra
terça-feira, 4 de maio de 2010
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1 comentários:
Uma maneira de preservar estas lagoas, habitats PROTEGIDOS POR LEI(não se pode fazer o que se quer de qualquer maneira), seria começar pela introdução de um Centro de Interpretação Ambiental e Cultural (de preferência ACTIVO), com informação histórica sobre a zona, tanto a nível cultural como a nível faunístico e florístico (este tipo de actividade acontece em muitas locais semelhantes, dou o exemplo do Parque Natural de Montesinho, em Bragança e do Paúl de Arzila). Deste modo, seria possível receber visitas de estudo de escolas, que poderiam ter uma "explicação teórica" nesse centro, e uma parte prática com um percurso pedestre. Este percurso deveria ser criado ao longo das dunas da mata e em torno das lagoas, com diversos postos de observação complementados com informação das espécies animais e vegetais observadas(estes postos já existem na Lagoa das Braças, mas em muito mau estado). A zona recreativa já está mais ou menos criada, falta explorá-la. Já tem restaurante, já tem parque infantil. Nessa zona poderiam ser introduzidas actividades lúdicas relacionadas com a lagoa, como a pesca desportiva e as gaivotas. No entanto isto deverá estar restrito a uma zona delimitada da lagoa, não se extendendo por toda a área da mesma, para poder proporcionar condições de habitat natural para a flora e a fauna existente.
Por outro lado, era necessário (e eu não estou dentro deste assunto) que as águas residuais fossem tratadas devidamente, isto é, nas povoações envolventes às lagoas é necessária a existência de saneamento básico e um tratamento destas águas na ETAR, bem como controlar o fluxo de água utilizada na agricultura para as lagoas, evitando a contaminação por químicos nocivos.
No fundo, o que é preciso, é BOA VONTADE na preservação daquilo que melhor tem o concelho da Figueira da Foz, deixando de lado os interesses económicos de cada um. Um desenvolvimento que alie o lúdico ao natural, com um equilíbrio sustentável só pode ser benéfico!
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