terça-feira, 10 de maio de 2011

Transferências de verbas entre empresas municipais sem enquadramento legal

Transferências de verbas entre empresas municipais dividiram PSD e PS na última reunião de Câmara (10 de Maio). Em causa estão os factos ocorridos em 2010, quando a empresa municipal Figueira Domus transferiu 110 mil euros para a também empresa municipal Figueira Paranova. Segundo as actas da Figueira Dómus para pagar IVA, salários e ADSE.

Para o PSD os empréstimos à Paranova não têm enquadramento jurídico. Apenas se poderia ter verificado o pagamento do subsídio à exploração correspondente aos 52% de capital que a Figueira Dómus detém sobre a Paranova e a partir do momento em que esta empresa se transformou em empresa municipal. Em resposta à Câmara, João Ataíde defendeu que “não houve um empréstimo”. O conselho de administração da Figueira Domus considerou que “todas as transferências que fez foram para suprir as necessidades de exploração e ocorreram no âmbito desta possibilidade e imposição de equilíbrio financeiro”

Porém a análise deste dossier, nomeadamente de actas deliberativas, trouxe ao PSD imensas dúvidas e permitiu a esta bancada concluir que a situação não foi tratada em conformidade com os procedimentos correctos. Em causa está nomeadamente a não discussão e a falta de deliberação da Assembleia Geral da Figueira Domus, a câmara, para a execução desta injecção de capital à Figueira Paranova. Ressalvou ainda o PSD que estas tranferências põem em causa a liquidez financeira da Figueira Domus, segundo esclarecimentos prestados pela administradora executiva da Figueira Domus.

João Ataíde acabou por assumir que “o procedimento não foi formalmente o correcto, tendo que ser rectificado. Face à lei que diz que o relatório de contas não pode, deixar de ser aprovado, sendo que para isso devem ser sugeridos os procedimentos para sua correcção, o PSD. Por intervenção de Teresa Machado mostrou-se disponível para reanálise da proposta de resolução do problema mediante parecer jurídico esclarecedor, sendo que “compete à câmara enquanto assembleia-geral da Figueira Domus deliberar a sua aprovação.

Perante o impasse, o presidente da Câmara interrompeu a reunião para conversar com os vereadores da oposição. Não se chegando a um consenso, foi decidido retirar da ordem de trabalhos todos os pontos respeitantes às empresas municipais Figueira Domus e Figueira Paranova. Entre eles, a apresentação e votação do relatório de actividades e contas referentes a 2010 e ainda o início dos procedimentos tendo em vista a dissolução da Figueira Paranova.

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