terça-feira, 29 de março de 2011

Figueira perde candidatura do Mundial de Enduro

Já é pública a mudança de palco da ronda portuguesa do Campeonato do Mundo de Enduro. O PSD lamenta que a Figueira da Foz tenha perdido a candidatura deste mundial por falta de um subsídio da câmara da Figueira da Foz, na ordem dos 25 mil euros. Ao contrário do que estava estipulado, o Moto Clube da Figueira da Foz não será assim o responsável pela organização do evento, acabando por a caravana se deslocar para o norte do país.

Da câmara, o vereador Carlos Monteiro disse que a candidatura foi impossibilitada pelo ‘timing’ das negociações. Mas a direcção do Moto Clube garante que o primeiro contacto desta candidatura foi apresentado em 2009 e em 2010, datas nas quais se realizaram algumas reuniões. A autarquia revelou indisponibilidade de negociação para suportar o evento, e desta forma a prova regressa ao local que a acolheu em 2008, Vale de Cambra.

O PSD considera que “Não se trata apenas da perda de um evento mas também da enorme perda em termos promocionais do município”, afirmou a vereadora do PSD Ana Rolo.

Recorde-se que em edições anteriores o Campeonato Mundial de Enduro esgotou a lotação hoteleira na Figueira. A cidade estava habituada a receber a elite mundial do Enduro, mais de 400 pilotos de 24 países.

O PSD não tem dúvidas de que a autarquia deixou perder um grande momento desportivo, ao nível das principais competições internacionais, salientou Ana Rolo. A vereadora receia também sobre a irreversibilidade desta situação, “por uma má condução do processo” por parte deste Executivo.

A vereadora avançou ainda que foram encontradas diversas contrariedades, nomeadamente o facto de, por um lado, se cancelar o apoio ao evento, e por outro existir uma verba prevista e inscrita no Plano de Actividades e Orçamento da Figueira Grande Turismo de 2011, para este mesmo acontecimento. Para Ana Rolo estes factos "são contraditórias e carecem de explicação". O PS argumentou que “a verba na realidade não existia porque o orçamento do Turismo de Portugal nunca chegou a ser aprovado”.

Também Teresa Machado, da bancada Social-Democrata, questionou quais as “prioridades” do executivo nesta matéria, considerando que “à conta da crise não se pode vedar a Figueira da Foz ao turismo e a eventos de âmbito nacional”. João Ataíde alinhou a sua posição com princípio defendido pelo PSD.

Executivo dá posse a novas chefias

PS assume-se incapaz de motivar pessoal

A Câmara da Figueira adoptou uma nova estrutura interna, com mais lugares de chefia. A mudança foi anunciada pelo executivo municipal na anterior reunião, e efectivada nesta data (29 de Março) com a apresentação de alguns dos novos rostos.

Teresa Machado do PSD manifestou alguma estranheza relativamente aos critérios de selecção das chefias seleccionadas e fez um pedido de explicações desta bancada sobre os custos reais que as novas contratações representam para a Câmara da Figueira. Num momento em que é necessário tomar medidas para emagrecer as despesas, o seu incremento suscitou ao PSD algumas cautelas e considerações. Relembrou a vereadora que, já à data da reestruturação interna, tinha alertado que para além dos seis mil euros mensais que esta alteração acarretava logo de início, a contratação de chefias externas aumentaria grandemente os encargos.

"Este pedido de informação é feito em nome da transparência", refere a vereadora, uma vez que estes valores não são públicos.

Em resposta, o Sr. Presidente João Ataíde assumiu que “o recrutamento das autarquias é atípico”. Porém a bancada do PSD solicitou números finais que garantam que “não se ultrapassou a quota orçamental fixada no quadro de saneamento financeiro da câmara”.

As reflexões dos sociais-democratas recaíram, ainda, sobre os critérios de escolha e a percepção de desmotivação no seio dos quadros de pessoal desta câmara.

Pela voz de Teresa Machado, o PSD defendeu que “existem pessoas muito válidas nesta casa, mesmo assim, não houve escolhas internas para estes lugares de chefia, à excepção de um elemento”.

A constatação da saída de quadros internos para outras câmaras, revela para o PSD uma enorme “vontade de êxodo dos funcionários, significativo também de grande desmotivação”. Confrontado com estes factos, João Ataíde assumiu “não haver uma motivação estimulante no seio desta câmara”. A vereadora Teresa Machado lamentou que este executivo, com quase dois anos de vigência de mandato, não tenha sido capaz de motivar os seus funcionário de forma a que os munícipes tenham respostas céleres e eficazes.






Loja do Cidadão está “em aberto”

O PSD congratulou-se com o anúncio do apoio atribuído pela Secretaria de Estado do Turismo para obras de remodelação do Mercado Municipal, dado que tal permite não onerar as finanças do município. No entanto, esta bancada chamou a atenção para outra questão relacionada que se prende com a instalação da Loja do Cidadão na cidade. Segundo notícias recentemente publicadas “o processo está em estudo”. À margem da primeira convenção autárquica do PS realizada na Figueira da Foz, a secretária de Estado da Modernização Administrativa avançou a um jornal local que “o processo está em aberto”.

João Armando, vereador eleito pelo PSD, voltou a sublinhar a perplexidade da opinião pública em geral quanto à ausência de uma estrutura desta natureza na Figueira da Foz, quando “qualquer pequena cidade já tem uma”.

Em concreto o executivo foi questionado se este apoio, sendo concedido para fins turísticos, se inviabilizava a instalação da Loja do Cidadão no 1º andar do edifício do Mercado, conforme o PSD tinha proposto antes. O Presidente João Ataíde esclareceu que, dado que a função turística já fica salvaguardada com o mercado, nada obsta, deste ponto de vista, à instalação. A dificuldade prende-se com a existência de um serviço-âncora (do tipo Finanças) que se queira vir instalar no espaço da Loja do Cidadão, algo que ainda não foi possível encontrar.

A experiência acumulada ao longo do tempo, noutras cidades, reforça o sentimento de que é agora necessário estabelecer objectivos mais ambiciosos. Segundo o PSD o assunto não deve ser descurado. Está em causa a expansão da rede das Lojas do Cidadão à cidade da Figueira da Foz, um modelo conhecido por propor novos modelos de atendimento ao público e que pode servir de dinamizador de parte da cidade onde venha a ser instalada.

A Agenda Local 21 e o envolvimento dos munícipes

Na sequência da recepção do cronograma de trabalhos relativos à Agenda Local 21 (e articulação com o Plano Estratégico e PDM), a bancada do PSD, pela voz do vereador João Armando, teceu algumas considerações sobre a intenção expressa de envolver os munícipes no processo.

A primeira reunião descentralizada, realizada na freguesia do Alqueidão, ficou marcada pela pouca afluência dos munícipes. De acordo com o Presidente João Ataíde, participaram na reunião apenas 30 moradores locais que colocaram diversas questões relacionadas com situações existentes e algumas reclamações a merecerem a atenção da autarquia. O vereador João Armando, considerou os resultados da iniciativa muito aquém do expectável na perspectiva de um verdadeiro envolvimento dos cidadãos. O vereador eleito pelo PSD manteve a posição de que a prioridade do executivo “se quer envolver efectivamente os cidadãos (…), deve ser sair das formas tradicionais de auscultação”. João Armando defendeu “mais criatividade” na forma de divulgação e de incentivo a estas acções. “Não basta fazer folhetos de divulgação (…) A acção pode descansar-nos a consciência, mas não nos assegura de que tudo tenhamos feito”.

Questionado nesse sentido pelo vereador, o Presidente João Ataíde afirmou que está prevista mais tarde uma 2ªronda de reuniões nas freguesias.